Redes Antissociais

Facebook or Facedeath, that is the question.

Encontra-se de tudo na Internet, para o bem e para o mal. As Redes Sociais, como poderíamos antever, vão seguindo implacáveis na mesma linha. Tenho percebido que cresce exponencialmente a quantidade de postagens – e aqui me refiro especificamente ao Facebook – com cenas que remetem à violência. Procurarei, no texto que por ora escrevo, evidenciar isso e prestar minha colaboração no sentido de tentar explicar o fenômeno e dar sugestões para que não transformemos uma ferramenta fabulosa num cenário de guerra e de imagens dantescas.

De tanto publicarem em minha página do Facebook assuntos que nem de longe me agradam, quebrei a cabeça nas configurações para bloquear tudo o que eu não possa autorizar previamente. Isso, no entanto, não impede que, percorrendo a página principal, onde vejo as postagens de milhares de pessoas, cenas absolutamente violentas e insanas surjam com frequência.

Vamos lá a pelo menos parte da listagem bestial: a) crianças e/ou adolescentes sendo espancados; b) animais sofrendo todo tipo de maus tratos; c) pessoas, aparentemente no Oriente Médio, sendo fuziladas nas ruas; d) corpos de bebês queimados em ataques terroristas; e) supostos acidentes de avião e seus despojos humanos, etc. Não seguirei adiante para não causar nos meus leitores, mesmo sem que vejam esses horrores, a mesma revolta que eu sinto. O pior é que alguns filmetes amadores que mostram isso têm início automático, restando-nos passar rapidamente por eles para não ter o desprazer de assisti-los.

Por que há pessoas que replicam essas e outras barbaridades nas Redes Sociais? Num primeiro momento, creio, para mostrar a todos sua indignação em relação ao fato. Não sou psicólogo, mas acho que há fatores muito mais complexos no “pano de fundo” dessa atitude, que vão desde o sentimento generalizado de impunidade até uma certa tendência masoquista. Lembro-me, ao comentar o assunto, dos engarrafamentos que muitas das vezes enfrentamos, principalmente quando há acidentes com vítimas fatais. Mesmo que o problema esteja no sentido oposto da via, vamos amargar no trânsito devido à curiosidade mórbida de muitos, que reduzem a velocidade, até quase parar, no afã de ver a cena. Nada poderão fazer para ajudar naquele momento, mas a vontade de dar uma olhadela se torna mais forte do que tudo.

Foquemos num exemplo típico. Uma lastimável imagem que vez por outra aparece no Facebook, replicada todos os anos por um mundaréu de gente, diz respeito à decaptação de gatos por um grupo de jovens. Se não é uma fraude (coisa não rara na Internet), obviamente estamos tratando de um crime. Pois bem, vamos ao que verdadeiramente interessa, ou seja, o que podemos fazer para coibir isso:

1°) Os autores do crime foram identificados? Quem são, onde residem, em que localidade e quando praticaram o delito são dados que me parecem ser fundamentais.

2°) Alguém já denunciou o caso à Polícia? Quem? Qual a DP onde ocorreu o registro? Houve algum andamento no processo criminal? Os bandidos sofreram algum tipo de punição?

3°) Se a notícia que dispomos é apenas de que os jovens criminosos sentem prazer em matar animais e fazer outras maldades com eles, repassar essa informação, salvo melhor juízo, serve com exclusividade para mostrar a todos justamente o que eles querem que seja divulgado. Melancólico, não?

Facebook or Facedeath, that is the question. Sim, precisamos definir o que queremos potencializar com essa Rede Social, que somente no Brasil já possui, segundo levantamento realizado no final de 2013, cerca de 76 milhões de usuários. Violência… tô fora!

Sobre Mauro Blanco

Sou carioca da gema, morador da Zona Oeste, tricolor, bacharel e mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e servidor concursado da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Já atuei como Oficial Temporário no Exército Brasileiro, na Companhia Municipal de Limpeza Urbana (como Subgerente na Gerência de Vetores), na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (como Coordenador de Controle de Vetores, Coordenador de Vigilância Ambiental em Saúde e Diretor do Centro de Vigilância e Fiscalização Sanitária em Zoonoses Paulo Dacorso Filho), e na Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais, instância pertencente à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, como Subsecretário.
Esta entrada foi publicada em Diversos e marcada com a tag , , , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.

5 respostas para Redes Antissociais

  1. REGINA MARIA SEIBEL MELO disse:

    Amigo, concordo plenamente com você.
    Infelizmente esta ferramenta vem sendo utilizada por muitas pessoas de forma indevida. Não costumo acessá-la com frequência e quando o faço, me limito a ler o que de fato interessa.
    Regina Seibel

  2. Teresa Cristina disse:

    Eu achava que esta rede afastava os mais próximos!
    Hoje, eu penso que cada um é aquilo mais ou menos que posta e fica-se conhecendo melhor!
    Observo também como certas pessoas são influenciáveis …
    Mas é o Mundo né?
    Abraços

  3. Nilma Caldeira disse:

    Muito bem colocada a matéria, porém, infelizmente o facebook não está muito preocupado com o que é bom para a rede ou o que é ruim… Para uma rede social que é acessada mundialmente, deveriam bloquear tudo que pode trazer dano, prejuízo, malefício ou infortúnio; mas, as postagens em redes sociais, lamentavelmente, são a cara de um país onde a cultura está longe de ser de primeiro mundo.

  4. Edson Souza de Assis disse:

    Temos que ter sabedoria na hora de usar a internet.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *