Em 2001, fui convidado pela até então Coordenadora de Programas de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a fantástica Dra. Meri Baran, a coordenar as ações de educação em saúde e controle de endemias do Município do Rio de Janeiro, incluindo o combate à Dengue, Leishmanioses e Esquistossomose. Foi criada de fato, embora não de direito, a Coordenação de Controle de Vetores, instância virtual da municipalidade que assim permaneceu até o início de 2009. Essa Coordenação chegou a possuir mais de três mil Agentes de Endemias com vínculos diversos.
Fui membro da comissão de acompanhamento do Convênio de Cooperação Técnica celebrado entre a SMS e a COMLURB visando a implementação de um sistema eficiente de controle de vetores no Município do Rio de Janeiro. Também fui membro do Grupo de Trabalho Executivo do Programa Nacional de Controle da Dengue – PNCD, no âmbito da Coordenação Regional da Fundação Nacional de Saúde.
No transcorrer desses anos, apesar do enfrentamento de dois períodos turbulentos caracterizados por epidemias, em 2002 e 2008, tive oportunidade de participar de vários eventos, no Rio de Janeiro e em outros Estados, bem como de cursos, a maioria patrocinados pelo Governo Federal. Fui palestrante em diversas oportunidades, em instituições civis e militares, onde versava sobre biologia do Aedes aegypti, ações de campo para o seu controle, valor da mobilização social, etc. Pude participar da elaboração de uma importante publicação do Ministério da Saúde, voltada ao amparo legal à execução das ações de campo, notadamente em relação a imóveis fechados, abandonados ou com acesso não permitido pelo morador.
Muitas discussões travei, ombreado às minhas chefias e subordinados, com as instâncias técnicas da Secretaria de Estado de Saúde/RJ e do Programa Nacional de Controle da Dengue, em relação ao cuidado em se tratar de controle do Aedes aegypti em uma megacidade como a do Rio de Janeiro. A necessidade de se estabelecer forte relação intersetorial é imperativa em situações como a nossa, onde os mosquitos aparentemente têm mais facilidades do que enfrentam adversidades. O clima e a umidade, os adensamentos populacionais, a intermitência no abastecimento d’água em diversos pontos da Cidade, a falta de educação, a abundância de inservíveis, etc., tudo isso colabora para a rápida proliferação do Aedes aegypti. Até a violência urbana é fator que dificulta as ações de controle por parte dos Agentes de Endemias, que são impedidos de adentrar em várias favelas em determinados períodos de enfrentamento entre traficantes e policiais ou daqueles com outras facções rivais. Importante ressaltar que fomos responsáveis pelo lançamento de uma audaciosa alternativa às ações de campo, que eram voltadas quase que exclusivamente às visitas domiciliares dos nossos profissionais, conhecida como Estratégia Lupa, onde se preconizava a identificação e eliminação definitiva de macrofocos de mosquitos.
Fui Coordenador, por cerca de um ano, da Coordenação de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC).
O vídeo abaixo, que está publicado no YouTube, traz muitas informações sobre o Aedes aegypti. Foi adaptado de palestras que fiz em escolas e em diversas reuniões no período em que coordenei as ações de controle desse mosquito na Cidade do Rio de Janeiro.