Você já deve ter visto, muito mais do que uma centena de vezes, essas faixinhas de congratulações, cumprimentos, parabéns e outras tantas – inclusive de agradecimentos por uma pracinha instalada aqui e acolá – com a “assinatura” de vereadores, deputados e outras figuras eleitas pelo voto do povo. Claro que essas mensagens insossas não se restringem aos períodos natalinos, mas também a outras datas comemorativas. Falar ser isso uma estratégia de marketing que visa manter o nome do futuro candidato à reeleição na lembrança das pessoas é chover no molhado.
Escondi com tarja preta a pessoinha na tira da imagem acima, que fiz aqui no bairro onde resido, por questões óbvias, principalmente para não lhe dar publicidade. Trata-se de mais um daqueles políticos inexpressivos, que têm de usar o nome dos genitores, diversos ainda com mandato, para que possam chegar à mamata das Casas Legislativas. Muitas das vezes sua atuação nelas consegue ser ainda mais pífia do que a de seus pais, avós, etc. Trata-se de uma dinastia rastaquera, para usar palavra muito dita pelo historiador Marco Antonio Villa.
No caso da personalidade da propaganda, que cumpre mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CMRJ), importante ressaltar como ela tem votado em prol da gestão medíocre que aí está:
Em setembro de 2018 votou pela rejeição de abertura de processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella, por improbidade administrativa, já que o mesmo havia se tornado réu na Justiça do RJ quando ofereceu facilidades a grupos religiosos, notadamente nas áreas da Saúde e do IPTU. Lembrando que Crivella também tinha se envolvido numa séria polêmica ao ter se encontrado com funcionários da COMLURB em horário de expediente, pedindo votos para candidatos, inclusive seu filho, Marcelo Hodge, o que é flagrantemente um crime eleitoral.
Em junho de 2019 votou pelo arquivamento das três denúncias contra Crivella, também por improbidade administrativa, relativas a irregularidades na renovação do contrato da exploração do mobiliário urbano por empresas de publicidade (Adshel e Cemusa).
Impressionante é que essa turminha, e aqui não se trata apenas da “celebridade” da faixinha de ráfia, por uns trocados e/ou alguns cargos de confiança a seus cabos eleitorais, muitos que sequer precisam bater ponto na Prefeitura, acompanham solenes e empertigados toda a destruição que está sendo promovida. Ajudam-na, na verdade, com sua incompetência e sua subserviência ao prefeito. É o famoso e onipresente toma lá, dá cá; e dane-se se o barco está afundando… pois farinha pouca, meu pirão primeiro. Essa é a “nobre” visão de grande parcela dos nossos eleitos.
Mostra disso, como se já não bastasse tudo o que observamos, é um dos últimos escândalos que veio à tona com a delação de Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor, quando informa que durante 10 anos pagou propinas a pelo menos 30 políticos, muitos deles ainda na ativa ou que já passaram pela CMRJ. Para saber os nomes dos envolvidos (e nunca mais votar neles e nem em sua comandita, inclusive parentes), clique aqui. Depois nos perguntamos o porquê do nosso transporte público, dentre todo o resto, ser tão ruim.
Em tempo: 1) Eis o lema da Fetranspor, contido no site daquela federação – Mobilidade com Qualidade. 2) No texto da faixa, há desejo de um 2020 cheio de saúde. Interessante verificar como estão horríveis os hospitais, clínicas da família e demais serviços públicos nos currais eleitorais dessa gentalha.