Morreu, na tarde desta última sexta-feira (28/11/2014), o comediante mexicano Roberto Gómez Bolaños. Além de humorista, ele era diretor, escritor, ator, produtor de cinema, televisão, teatro… Caramba! Não contavam com toda essa astúcia!
Foi-se o criador de dois seriados que já fazem parte da programação da televisão brasileira, mais precisamente do SBT, há uns 30 anos. Segundo li no F5, o site de entretenimento da Folha de São Paulo, o humorista morreu enquanto aquela emissora exibia um episódio de “Chaves”. A programação foi interrompida para o anúncio do falecimento, no plantão de notícias.
Eu estava me preparando para prestar vestibular, em 1984, quando “Chaves” e “Chapolin” iniciaram comigo uma jornada que até hoje persiste. Não raro eu, e agora meus filhos, assistimos aos episódios, mesmo que repetidos centenas de vezes, como se fossem os primeiros. É impressionante constatar que esses personagens não se desgastam no transcorrer do tempo. Agora há também uma novidade que, em minha época de jovem estudante, não existia: os desenhos da Ánima Estudios veiculados pela Televisa, empresa de televisão aberta do México. Eles possibilitaram uma ampliação fantástica no enredo das histórias, principalmente no que diz respeito a espaços externos à “Vila del Chavo” e às viagens imaginárias dos personagens.
Eu compararia Bolaños com o nosso Renato Aragão. Vejo diferenças entre os trabalhos dos dois, principalmente na televisão, mas quando verifico o que Os Trapalhões, igualmente eternos, apresentavam no cinema – e olha que eu assisti a praticamente tudo dessa trupe incrível – havia uma grande sintonia. “Chaves”, o menino aparentemente órfão e que mais vivia dentro de um barril do que no aconchego de algum lar, sempre tinha uma mensagem humanitária a nos repassar. Fraternidade e amor eram as vertentes seguidas por Bolaños. Assim ele trabalhava para construir um mundo melhor, atingindo em cheio os corações dos telespectadores com o que de melhor possuímos em nós mesmos.
Fiz algumas homenagens a Bolaños no Facebook, mas tocou fundo a pergunta que uma de minhas amigas fez, relembrando um atrapalhado herói mexicano: E agora, quem poderá nos defender?
Vá em paz, Roberto. Saiba que muitos momentos alegres e emocionantes você me proporcionou, e a milhões de pessoas. Sorte nossa que seus imortais personagens ainda seguirão conosco.
Doces lembranças.
Muito boa resenha, como tudo que você faz. Parabéns, amigo!
Que o espirito de alegrias e felicidades do Chaves continue sempre do nosso lado.