Meu saudoso avô paterno, José Blanco, repetia como um mantra a seguinte frase: “Diga-me com quem andas que eu te direi quem és”. Não que eu desse trabalho à minha família há uns quarenta anos, no exíguo período em que tive o privilégio de conviver com ele, mas já naqueles tempos as coisas começavam a ficar complicadas. Iniciava-se, ainda que timidamente, a escalada das drogas e ele sempre fez questão de me mostrar, ainda que eu não pudesse compreender a plenitude do problema, que a caminhada pode ter consequências terríveis e irreversíveis. Quem ama orienta, foi o que aprendi com aquele ser verdadeiramente humano.
De lá para cá o respeito à vida desceu ladeira abaixo, degringolou, mas, segundo a psicóloga Elizabeth Monteiro, autora do livro Criando Adolescentes em Tempos Difíceis, quanto mais próximos os jovens estão de suas famílias, quanto mais respeitados eles são, mais difícil de se aproximarem das drogas. Num ambiente onde existe o diálogo franco sobre as mazelas que podem surgir com a utilização dessas porcarias, a chance de meninos e meninas se envolverem com entorpecentes é muito reduzida.
Fora os maus exemplos dentro da própria casa, onde o cigarro e o álcool às vezes são fantásticos protagonistas, o ambiente familiar pode não ser o determinante para a aproximação entre os jovens e as drogas, mas tende a atuar como facilitador no momento em que não percebe esse “namoro”. É extremamente importante que os pais acompanhem o dia-a-dia de seus filhos, pois baladas, bailes funk (desculpe-me a Popozuda, grande pensadora contemporânea), e, principalmente, as más companhias podem arrastá-los para um ciclo sem volta. Por vezes o consumo de drogas ocorre dentro do lar, na esquina ou na pracinha mais próxima, e a falta de observação dos papais, muito ocupados – ou um pouquinho irresponsáveis – faz com que a prática evolua. Depois chorarão (ou não!) visitando a garotada num presídio ou reconhecendo os corpos no Médico Legal.
Segundo o site Vida Sem Drogas, seguem alguns aspectos importantes em relação ao uso de psicotrópicos por parte dos adolescentes:
a) É no período entre a adolescência e o início da idade adulta que ocorrem os maiores níveis de experimentação e problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas.
b) Muitos jovens, apesar do pouco tempo de uso de substâncias, passam muito rapidamente de um estágio de consumo para outro, além de fazerem o uso de várias substâncias ao mesmo tempo. Por outro lado, uma grande parcela deles diminui significativamente o consumo no início da fase adulta, para adequar-se às obrigações da maturidade, (trabalho, casamento e filhos).
c) Vários estudos demonstram que quanto mais sedo se inicia o uso de drogas, maior a chance de desenvolvimento de dependência.
Pais e mães, movimentem-se. Vejam onde seus filhos estão e quem são seus amiguinhos. O pior cego é aquele que não quer ver.
Bom dia!
Infelizmente as drogas começam dentro de certas casas…
Abraços
Importante matéria, para ser compartilhada, o que fiz com imenso prazer. Tudo isso, é uma realidade vivenciada em milhares de lares, no meu entendimento, o exemplo começa dentro de casa, mas, no século 21 estamos vivendo uma grande inversão de valores… contudo, não podemos deixar de exemplificar os verdadeiros feitos de carácter adqueridos desde a infância. Época em que se respeitava os idosos, gestantes e tudo mais. Ótima matéria.