Pelo que se verificou nesta fatídica data, intitulada “Dia da Greve Geral”, das duas uma: ou as centrais sindicais brasileiras têm sua representatividade absolutamente carcomida junto aos trabalhadores, seguindo a mesma linha dos nossos políticos, ou o gigante que havia acordado mês passado voltou rapidamente ao berço esplêndido. Neste último caso, seria apenas um xixi amigo durante a madrugada?
Ora bolas, os sindicatos não poderiam perder essa reluzente oportunidade de mostrar algum tipo de serviço à população, embalados pelas manifestações que arrastaram milhões para as ruas, e principalmente, se tudo desse certo, ter uma carta poderosa na manga para chantagear os governos. Não tenhamos dúvida, “companheiros”, de que eles estão aí para isso mesmo… e para o que mais chegar.
A atual Presidente da República não gosta muito deles, ao contrário do seu antecessor (cria do Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, diga-se de passagem), e pouco os procurava. Na verdade, pelo que acompanho, não os procurava e a mais ninguém. Como a teta farta que lhes era oferecida no mandato passado pelo visto não mais existe, pressionar o Executivo com uma mobilização das massas trabalhadoras, que cruzariam os braços de norte a sul do país, seria a melhor forma de angariar o prestígio de outrora e tantos e tantos outros mimos.
É, os tempos de mensalão já passaram e deixaram marcas profundas na Nação. Comprar Senadores e Deputados para favorecer o Palácio do Planalto e manter a necessária governabilidade pode dar um sururu danado. As coisas não são tão fáceis assim nos dias de hoje, ainda mais para os sindicalistas domesticados, que passaram anos e anos comendo calados a lavagem na mão dos poderosos. No momento, os partidos políticos continuam em vantagem e dão as cartas, solicitando criação de ministérios a rodo, cargos e mais cargos de confiança, direções de estatais, aspones, suplentes e etc.
A turma do Congresso Nacional não deu muita importância ao clamor popular de junho e até tirou da cartola algumas distrações, tal qual o plebiscito que não vai mais sair em 2014 (conforme Da. Dilma queria), para dar a impressão ao povo, formado por analfabetos políticos em sua quase totalidade, que eles realmente estão dispostos em votar assuntos de interesse dos eleitores. É muita determinação, patriotismo e competência, não? Dá até vontade de chorar!
Após essa aturdida Greve Geral, fico imaginando as sonoras gargalhadas nos corredores do Poder. “Como são fraquinhos”, devem estar pensando. Já não fazem mais sindicalistas como antigamente.