Vejamos um pequeno trecho da Wikipédia que trata do bairro de Campo Grande: Campo Grande é um bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que fica a 45 km do centro da cidade, de classe média e classe média baixa, com porções de classe média alta. Sua ocupação remonta a 17 de novembro de 1603, devendo-se sobretudo aos inúmeros trabalhos jesuíticos na região. O bairro possui cerca de 328.370 habitantes de acordo com o Censo 2010, sendo considerado o mais populoso do município do Rio de Janeiro.
Moro nesse bairro há pelo menos seis anos e o que mais me impressiona é a quantidade de empreendimentos imobiliários que tomou conta da localidade. Onde existem áreas verdes com potencial para se transmutarem rapidamente em grandes condomínios ou loteamentos, podem ter certeza de que seus dias estão contados. A especulação que gira em torno dos imóveis aliada ao incremento da população faz com que bairros que ainda têm espaço físico obviamente se tornem a “bola da vez”. Santa Cruz, chegará tua hora!
A modernidade cobra seu preço, obviamente. O trânsito por aqui se mostra caótico. Muitos carros nas ruas, muita poluição indo parar em nossos pulmões. Quanto mais a vegetação dá lugar ao concreto, menos munição a Mãe Natureza possui para tentar equilibrar a contenda. Xiiii, a coisa tá ficando feia… Alô, Serra do Mendanha! Te cuida!
Resido num residencial de grande porte, onde vivem mais de cem famílias. Como aparentemente não consigo me desapegar de trabalho, de responsabilidades e das dores de cabeça inerentes (amo muito tudo isso!), sou o presidente da Associação de Moradores local há quase dois anos. Contribuímos ao menos com dois aspectos para minorar os prejuízos ambientais que provocamos: estabelecemos um pequeno bosque numa área comum – além das árvores que a Prefeitura já havia plantado por todo o loteamento – e implantamos um sistema de coleta de recicláveis.
As árvores que plantamos em 2011 se adaptaram bem ao terreno e já estão crescendo. Um ipê-amarelo iniciou a floração, ainda muito timidamente, neste ano. Além do benefício de manter um bosque tão próximo de nós, fizemos questão de ir além e, visando estimular a consciência ambiental nos moradores e visitantes, toda a vegetação foi identificada conforme se verifica no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ou seja, as plantas possuem placas com dados taxonômicos (família, gênero e espécie), nomes populares e região de origem. Temos por aqui açaís, castanheiras, ipês-amarelos, azaléias rosas, paus-brasil, camélias, jasmins-do-cabo, tumbérgias e manacás-da-serra.
Os recicláveis também estão indo de vento em popa, tanto que a cooperativa que faz a retirada desse material não pode falhar. Nossos campeões são o papelão e o plástico. Boa parte desse material, não fosse nossa iniciativa, iria certamente parar num aterro sanitário e lá ficaria a se decompor por “trocentos” anos, diminuindo bastante, dessa forma, a vida útil desse depósito. Agora, partiremos para a reciclagem de óleo de cozinha.
Parafraseando o que disse o beija-flor em sua fábula, estamos fazendo a nossa parte.
Recentemente o ministro do Esporte fez o seguinte comentário: “Este ato celebra a história e a vocação do Rio de Janeiro. Preparar espaços que valorizem o esporte no Rio e no Brasil é importante. Produzir grandes eventos do automobilismo nacional gerará renda e emprego e revitalizará a área. O Governo Federal está muito feliz com este momento”.
Esse comentário é relativo à nova construção do autódromo que será efetuada no bairro de Deodoro. Como a matéria do blog envolve questões relacionadas ao meio ambiente e sua degradação, essa futura construção serve de base para algumas reflexões e será motivo de muitas polêmicas. Realmente o local é muito apropriado a eventos internacionais (kkk). Os turistas internos e externos serão contemplados com uma vista privilegiada da Avenida Brasil; sua conservação, sua sinalização, sua limpeza, seus cracudos (eles não irão sumir), a rede hoteleira, isto é, de motéis que existe ao redor, etc. Inúmeras maravilhas que eles irão adorar. O ministro enaltece a valorização do esporte. Há quantos anos não temos um campeão mundial da fórmula 1? Por que não valoriza os esportes amadores?
Vale destacar que campeão mundial de fórmula 1, no Brasil, só surge de família de classe alta.
E o impacto ambiental?
Aguardem os pronunciamentos dos especialistas. Eles não irão se omitir.
Fantástica a sua colocação, caro André. Talvez essa movimentação em Deodoro seja reflexo do sucesso da novela global “Avenida Brasil”.