Aonde vamos chegar?

Esta Home Page tem cada vez mais leitores e o número de assinantes cresce diariamente. Obrigado a você que está me acompanhando e a você que sugere pautas para meus textos. Não raro alguém me pede para escrever sobre um assunto específico. Desta vez elucubrarei, por sugestão de um colaborador, sobre a onda de violência, em seus diversos matizes, que grassa pelo Brasil afora.

Meus queridos e saudosos avós maternos, com os quais passei boa parte de minha vida, sempre que tomavam ciência de alguma notícia escabrosa perguntavam, com a sabedoria que lhes era peculiar: Aonde vamos chegar? Eu ouvia a pergunta e nem imaginava, à época, a amplitude do que queriam expressar. Hoje compreendo, ao ver e ouvir as manchetes, e pergunto o mesmo. Se eles já se assustavam há décadas, imaginem como se sentiriam nos tempos atuais?

Assassinatos de policiais a rodo em São Paulo, ônibus queimados e apedrejados em Santa Catarina, representantes eleitos pela população corrompendo e sendo corrompidos na capital do país, consumo de drogas se espraiando por todos os cantos da federação, desmatamento contínuo na Amazônia, caça e comércio ilegal de animais (muitos em extinção) no Pantanal, o leviatã Belo Monte a ameaçar o Pará, o Nordeste a sofrer secularmente com as secas e o Rio de Janeiro sucumbindo às chuvas, principalmente na Região Serrana. E olhem que faltou um universo a ser abordado. Não falei dos índios brasileiros, da prostituição infantil, da nossa legislação penal leniente, da milícia, etc., etc., etc.

É muita coisa e, claro, cada assunto desses merece ao menos um livro para aprofundar as reflexões. Mas muitas das chagas da Nação que expus acima seriam fortemente amenizadas se o Brasil investisse mais em algo fundamental e que se denomina EDUCAÇÃO. Tudo, absolutamente tudo, do voto ao tráfico de entorpecentes… tudo o que existe ao nosso redor seria transformado. Sociedade educada, consciente, é sociedade que tem poder para cobrar mudanças, não um bando que acompanha pesaroso e desestimulado a degradação em voga.

Gosto muito de falar das drogas, como exemplo crucial de nossa nacional hipocrisia e falta de consciência. Os crimes ocorrem, os traficantes se armam com tudo o que de mais poderoso o dinheiro pode comprar. Quando alguém é assassinado brutalmente por conta das movimentações dessa escória humana, logo vem alguém – ou alguma ONG oportunista da vida – propondo algum tipo de manifestação, como vestir roupa branca num determinado dia, fazer passeatas em Copacabana ou acender velas nas varandas. A questão é que a própria sociedade financia esses marginais, pedindo seu “bagulhinho” no melhor estilo delivery, sem estresse e sem remorso.

Se queremos evoluir, algo diferente e importante deve ser feito. A quantidade de igrejinhas, cracolândias e drogarias que pululam aqui e acolá nos dá um sinal claro disso. País mal educado permanece eternamente no hall dos terceiromundistas.

Sobre Mauro Blanco

Sou carioca da gema, morador da Zona Oeste, tricolor, bacharel e mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e servidor concursado da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Já atuei como Oficial Temporário no Exército Brasileiro, na Companhia Municipal de Limpeza Urbana (como Subgerente na Gerência de Vetores), na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (como Coordenador de Controle de Vetores, Coordenador de Vigilância Ambiental em Saúde e Diretor do Centro de Vigilância e Fiscalização Sanitária em Zoonoses Paulo Dacorso Filho), e na Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais, instância pertencente à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, como Subsecretário.
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2 respostas para Aonde vamos chegar?

  1. andré luiz macedo disse:

    A prefeitura acabou com a secretaria voltada para os dependentes, Na época, o responsável era o coronel Francisco Duran, No entanto, essa desativação não visou o caráter econômico, pois outras secretarias foram criadas e suas finalidades, na prática, muito pouco acrescentou. Talvez, se aquela secretaria não fosse extinta não teríamos a quantidade enorme de viciados nas ruas. Mas, como na política existe esse jogo de interesses, a eficiência ou não eficiência são aspectos meramente especulativos. Entender esse processo “democrático” é o grande desafio. Em relação à educação, a campanha educativa hoje deveria ter como aliado principal a religião. Por que isso? Porque a religião,seja ela qual for, é a principal responsável pela mudança de atitude. Dessa forma, o administrador, de qualquer órgão, que realizar um campanha com os líderes religiosos conseguirá expressivos avanços.Uma informação gerada por um padre, um pastor, um espírita, terá muito mais peso que uma pessoa sem tanta credibilidade, em termos religiosos. O lado positivo afetará todas as camadas da sociedade, independente da religião.

    • Mauro Blanco disse:

      Caro André, concordo com você quando fala da potencialização de ações educativas por parte dos religiosos. Quando a pessoa é honesta e comprometida com o que faz, tudo a ver. Não sou contra nenhuma religião, mas sabemos que há nelas gente que age criminosamente, explorando a fé e, muitas das vezes, a ignorância dos fiéis. Utilizei o termo “igrejinhas” para denominar aquelas estruturas que mais parecem botequins. Tem-se a nítida impressão de que estão ali, de forma improvisada, apenas para auferir algum ganho financeiro. Qualquer camarada, por mais despreparado que seja, pode fundar uma igreja hoje em dia. Há, nas diversas religiões, pedófilos, estelionatários, devassos… tem de tudo! Até no meio político existem os que agem de má fé escondidos sob o manto da religiosidade. Cabe à sociedade, por meio dos instrumentos que a educação concede, identificar rapidamente esses fardos prejudiciais e expurgá-los do nosso meio.

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