A ciência prova que nosso planeta tem uns 4,5 bilhões de anos. Bastante tempo, não? Carl Sagan, eminente cientista, astrônomo, cosmólogo, autor, escritor de ficção científica e um grande divulgador científico norte-americano, falecido em dezembro de 1996, dizia o seguinte em relação à capacidade humana para entender o passar do tempo: O que significam setenta milhões de anos para seres que vivem somente um milionésimo dele? Somos como borboletas que esvoaçam por um dia e julgam ser por todo o sempre.
Quem somos? De onde viemos? Para onde caminhamos? Quando, enfim, sucumbiremos? Essas são perguntas que vêm conosco desde o início, lá quando começamos a pensar, a discernir o certo do errado, no tempo em que tivemos consciência de que poderíamos tornar nossos sonhos, por mais simples à época, em realidade.
A humanidade terá seu ocaso, cedo ou tarde. Se não for por conta da sanha de destruição que sempre a acompanhou (e as armas nucleares podem ajudar muito nisso), alguma catástrofe interplanetária poderá por fim, rapidamente, em nossa existência. Explosões de estrelas, formações de buracos negros e colisões com meteoros não são eventos raros no Cosmos. O próprio sol há de perder sua força um dia. Há quem diga que seremos destruídos por seres extraterrestres, mas aí partimos para o perigoso campo das conjecturas. O fato é que até o Universo chegará um dia ao seu final, sabe Deus quando.
Entendo que a vida seria muito monótona caso pudéssemos viver para sempre. Mas sempre o homem inventa um dia para o seu adeus coletivo, não é mesmo? Agora é em 21/12/2012. Outros tantos dias já existiram e, acredito francamente, muitas outras datas apocalípticas virão. Se a Terra for destruída daqui a alguns dias será uma tremenda coincidência, obviamente. Quem apostar ficará milionário, com certeza.
Fiquei imaginando os “sinais dos tempos” que mostram à humanidade que sua jornada está próxima do fim. Na verdade, para mim esses sinais são muito antigos, remontam o período em que atacávamos outras tribos para roubar-lhes o alimento e raptar-lhes as mulheres. Era de praxe matar todo o resto, claro. Em relação ao que foi registrado, quantos genocídios praticamos, muitos por motivação divina? Riquezas, territórios e poder se conquistavam com essas empreitadas “libertárias”. Trazendo para a realidade mais recente, vide a Guerra do Golfo, ou alguém pensa que os aliados realmente queriam livrar o povo do Kuwait e do próprio Iraque das mãos do ditador Saddam Hussein? O petróleo e a geopolítica falaram muito mais alto.
Estamos nos matando há milênios. Nosso sofrido planeta é palco de guerras e mais guerras desde que começamos a engatinhar. Cobiça, mentira, insensatez, soberba e falta de amor são os temperos fundamentais para que tudo isso ocorra.
Aguardemos 21/12/2012. Façamos uma reflexão quando ele chegar. Sendo esse o dia derradeiro ou não, é esse o desfecho que pretendemos para a humanidade?