Hoje fomos, eu e minha família, a um evento gratuito e aberto a todos, denominado Domingo Aéreo, promovido pela Força Aérea Brasileira (FAB). Contou com exposição de helicópteros, aviões de combate e paraquedismo, e também houve apresentação especial da emblemática Esquadrilha da Fumaça. O evento fez parte das comemorações aos 100 anos do Campo dos Afonsos, localizado na Vila Militar da Cidade Maravilhosa. Fiquei sabendo do evento pelo Facebook, divulgado no mural de um grande amigo que é Oficial da FAB.
Pois bem, arrumação de cá e de lá, banho de protetor solar nos garotos, garrafinhas d’água, biscoitos e máquina fotográfica na mochila… Daí, partimos para a missão. Sim, a missão foi árdua! Fomos com nosso carro e, logo ao chegar, por volta das 11:00 horas, nos deparamos com tremendo engarrafamento. Por mais que procurássemos não havia onde estacionar, salvo a quilômetros de distância do local do evento. Multidões, literalmente, caminhavam pelas ruas indo em direção ao Museu Aeroespacial, onde o Domingo Aéreo ocorreu.
A coisa ficou tão feia que resolvemos ir almoçar em Bangu, para voltar mais tarde. Pelo menos, no engarrafamento, pudemos assistir uns breves instantes da estonteante performance da Esquadrilha da Fumaça. Retornamos à tarde, por volta das 13:30 horas. Usar a expressão “fritar ovo no asfalto” seria eufemismo. O calor veio em apoio total e irrestrito ao “bendito” horário de verão, que começou hoje.
Chegamos finalmente ao Domingo Aéreo, após estacionarmos muito longe do Museu. Atrevo-me a dizer que só vi maior aglomeração de pessoas no Reveillon de Copacabana. E olha que já fui ver os fogos por lá duas vezes (coragem ou maluquice?).
No que pese o esforço da nossa Aeronáutica em mostrar que ainda está viva, senti-me, enquanto brasileiro, um tanto desprotegido. Qualquer país, ao fazer uma exposição desse porte, certamente mostrará o melhor que possui. Expomos, na oportunidade, o quão sucateadas estão nossas defesas. Sei que o problema afeta as Forças Armadas em geral, e não vai aqui qualquer crítica a elas, mas sim ao que os Governos têm feito (ou deixado de fazer) para deixá-las no nível degradante em que se encontram. E ainda estamos a namorar uma vaga no Conselho de Segurança da ONU…
Em relação à FAB, onde e quando se perdeu o brilho da Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.? O que restou da importante parceria entre Brasil e Itália referente aos AMX, aviões de ataque ar-superfície? E a novela que se arrasta há anos sobre a controversa compra bilionária dos franceses Dassault Rafale? Não há tecnologia aqui que possa alavancar a fabricação de novos aviões de combate totalmente nacionais? Duvido.
Oi Mauro, sou “nascido e criado” nas imediações do Campo dos Afonsos. Na verdade, o meu avô nasceu lá no ano 1910, o meu bisavô, seu Campeiro, era funcionário da fazenda dos Afonsos. Passei a minha vida me assustando e admirando os rasantes dos Hércules na Marechal Fontinelle (até hoje é assim…). Tenho primos e tios aviadores, inclusive, um formado na última turma da Escola de cadetes da Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos (depois a escola foi para Pirassununga e virou Academia da Força Aérea).
Meu receio é a TransOlímpica, que irá desfigurar aquela região cortando a escola de cadetes da PM ao meio e passando bem rente a pista de pouso. Temo que acabem de vez com o Campo dos Afonsos e o que resta da história e áreas ainda aprazíveis e protegidas (até agora…) nesse pedaço da zona Oeste.
Grande Abraço.
Cláudio
Fico muito assustado com esse “progresso”, ainda mais quando há devastação de áreas verdes e, quando muito, ínfima compensação ambiental. Nossos políticos deveriam atuar firmemente contra essa destruição e não apenas posarem cheios de sorriso nos cavaletes de rua. A questão é que pouco se pensa no futuro. Importa o lucro momentâneo, despreza-se o ônus de amanhã. Obrigado por seu comentário, prezado Cláudio.
Na reta final do ano, meu filho recebeu como dever de casa a tarefa de pesquisar na internet os animais em extinção no Brasil. Fui ajudá-lo. Apareceram inúmeras espécies. O periquito (verde) foi o responsável por um momento de reflexão para mim. Os mais antigos, servidores das Forças Armadas ou não, devem se lembrar da utilização do termo periquito como adjetivo. Era empregado aos servidores, especialmente aos soldados, do Exército. Naquele tempo, os verbos servir e sobrar possuíam um valor expressivo. O desejo/frustração de empregá-los era inevitável. Não existia o bullyng. Apelidos como percevejo e periquito do governo eram comuns. Atualmente, percebe-se que o tal periquito não está em extinção somente no reino animal. Talvez lá, eles consigam sobreviver. No entanto, a tendência do periquito/militar é desaparecer, principalmente no Rio de Janeiro. A ocupação no Complexo do Alemão fez surgir essa “espécie” tão difícil de localizar. Alguns eram oriundos de outros Estados, tinham características distintas e já se foram. Os daqui estão “espalhados” e “camuflados”. Como no reino animal, a cadeia … foi quebrada. Se existe o desequilíbrio, o seu predador irá se multiplicar. Resta saber: Quem irá preservar tal espécie?
No período em que frequentei a caserna, no glorioso Exército Brasileiro, tive oportunidade de ir algumas vezes à fronteira realizar trabalhos de pesquisa com mosquitos de importância em Saúde Pública. É curioso, mas em Rondônia, onde estive por três ocasiões, a nítida impressão que tive foi de que os militares possuem, ainda, algum prestígio. O mesmo notei no Amazonas. Por aqui, realmente, sua percepção de “extinção” se configura.