Todos acompanhamos nos noticiários o que está ocorrendo com o Estado do Rio de Janeiro. Segurança, saúde, educação, cultura, obras, ações ambientais… tudo em frangalhos. E não adianta mais tentarem nos convencer de que essa calamidade toda se deveu a descompassos na economia, preço internacional do petróleo e outras baboseiras. O discurso oficial é lindo, mas a grande realidade, escancarada, é que uma quadrilha travestida de partido político, comandada pelo Sr. Sérgio Cabral, hoje hóspede (e talvez o termo seja esse mesmo) em um presídio no bairro de Bangu, promoveu esse caos. Bom, Cabral está no xilindró enquanto o Supremo Tribunal Federal não fizer mais uma lambança, patrocinada por alguns dos destemperados/despreparados que lá estão, e avalie que o sujeito merece a dádiva de uma prisão domiciliar, absurdo que já aconteceu bem recentemente com a esposa daquele criminoso e com o empresário Eike Batista, outro atolado até o pescoço com falcatruas e desvios.
A propina aliada à fome de poder e riqueza de nossa garbosa classe política, assim como ocorreu e ainda segue em curso na esfera federal, foram os causadores dessa quebradeira. Qualquer semelhança, neste caso, não é mera coincidência, pois todos estão juntos e misturados. E no meio desse furacão dá para acreditar, só um pouquinho que seja, em nossa Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas, que sempre prestaram apoio e sustentação aos governantes de plantão? Óbvio que não.
E não se iludam com a promessa de apoio de Temer e do Congresso Nacional, pois o arrocho, principalmente sobre nós, o elo mais fraco dessa corrente, será intenso. Roubaram até dizer chega e quem pagará o pato, como de costume, é o trabalhador honesto que nada teve a ver com isso.
Enquanto as discussões avançam, sob os impactos de infindáveis delações, as contas no exterior de muitos figurões estão abarrotadas. Quando será que devolverão tudo o que surrupiaram aos cofres públicos? Quando, por exemplo, o Sr. Sérgio Côrtes, ex-Secretário, devolverá a fortuna que amealhou com vários esquemas escusos que ajudaram a destruir a Saúde do Estado do Rio de Janeiro? Quando a Sra. Adriana Anselmo retornará à cadeia por movimentar uma conta milionária, durante sua prisão domiciliar, que deveria estar indisponível? Quantos contatos para destruir provas e ocultar patrimônio o Sr. Eike não estará maquinando com seus advogados regiamente pagos?
Importante que todos saibam que o servidor do Estado do Rio de Janeiro sobrevive, atualmente, com seus salários atrasados e sem o décimo terceiro do ano passado, na base do que eu chamaria “mendicância familiar”. Pede recursos a parentes e amigos mais próximos – os verdadeiros, que se importam, claro – para honrar suas dívidas, comprar remédios, se alimentar, e, também, para se deslocar. Ah! Já ia esquecendo: as contas chegam todo mês! Hoje, para ilustrar, conversei com um policial aposentado que foi notificado pela empresa onde comprou seu automóvel de que ela o denunciaria, pois pagou metade das prestações e agora não pode mais honrar seus compromissos.
É, sem dúvida, algo indigno para quem passou anos estudando e foi classificado num certame público. Eu mesmo fui, no dia 20 de maio de 2001, um domingo, com outras milhares de pessoas, prestar concurso para a Secretaria de Estado de Saúde, sendo classificado em 4º lugar, onde, para o setor que escolhi, havia justamente 4 vagas. Hoje, não fosse o amparo de minha família, e dou graças a Deus por isso, não sei como estaria vivendo. A coisa é tão séria e cruel, que colegas estão cometendo suicídio. Precisamos nos unir fortemente e solidariamente para atravessar essa tempestade. Espero com franqueza que tenhamos, juntamente com a sociedade fluminense, aprendido nossa lição de casa e que, nas próximas eleições, façamos um belo expurgo de todo esse lixo que hoje, infelizmente, nos representa.