A montagem que fiz para ilustrar esta publicação é uma forma muito simples que encontrei, tendo em vista a paixão pelo futebol que muitos brasileiros têm, para retratar a realidade que podemos vivenciar após as eleições de 2018. Formulei três possibilidades, ressaltando que não há goleiro para defender esse pênalti: podemos chutar certo e a urna vai para dentro do gol, podemos chutar mal e isolamos a urna para fora do campo, perdendo com isso mais uma oportunidade, e, também, existe a hipótese de deixarmos a urna onde está para sairmos desesperançosos do gramado, isso, obviamente, representando os votos nulos, brancos e as abstenções.
Para as próximas eleições, alguns analistas políticos esperam níveis de absenteísmo muito altos, ou seja, de eleitores que sequer irão comparecer às urnas, e uma quantidade de votos brancos e nulos enorme, talvez chegando próximo aos 40%. Outros, mais otimistas, creem que a proximidade do escrutínio (palavra feia, não?) trará mais “calor” e interesse ao debate e, com isso, as previsões iniciais de absoluto desinteresse por parte da sociedade brasileira tenderiam a ser revertidas. Acompanhemos.
Bom, a visão que tenho, hoje, sobre as eleições pode ser um tanto romântica e/ou ingênua, mas entendo que o voto consciente pode mudar muita coisa, senão tudo o que se encontra em nosso redor. O cenário está feio, claro, mas somente nós poderemos revertê-lo de forma democrática. Rema contra essa assertiva o fato que que por aqui o voto é obrigatório e, consequentemente, a manipulação de pessoas que não acompanham a política e nem cobram de seus representantes posturas dignas e coerentes é intensa. Continuam possuindo chances maiores os candidatos que detêm recursos financeiros – e nem estou neste momento discutindo sua origem – e/ou que possuem a máquina pública, por algum motivo, em suas mãos, fazendo com isso “favores” diversos ao eleitorado, como trocar as lâmpadas dos postes, tapar buracos, fazer praças, solucionar vazamentos de esgotos, etc.
Certamente nem todos os meus leitores já sabem, e por isso informo que sou pré-candidato a Deputado Estadual. Fiz até um vídeo sobre isso, que já está publicado neste blog e circulando no Facebook e no YouTube. A receptividade à notícia está sendo muito boa, felizmente. Acredito, com franqueza, que tenho capacidade, boa vontade e experiência para fazer um trabalho com qualidade e honestidade onde quer que eu vá. Pensei muito antes de tomar essa decisão e estou colocando meu nome e minha reputação nesse jogo, que sei não ser para principiantes. Saberei se venho ou não candidato até o dia 05/08, data limite para os partidos informarem à Justiça Eleitoral quem participará do pleito.
Quero registrar aqui a fala que recebi de uma grande amiga, recentemente, pelo whatsapp. Ela se mostrou muito preocupada com essa minha possível trajetória, haja visto o meio no qual os políticos estão inseridos. Disse mais ou menos o seguinte: “Mauro, não é possível um sujeito honrado, e eu te conheço, lidar num ambiente de tanta podridão sem se envolver de alguma maneira, sem se sujar também”. Não posso dizer que ela está assustada sem motivo, ainda mais depois de tudo de ruim que a política desonesta nos mostrou e dos escândalos diários que continuamos a acompanhar. Respondi-lhe que seguirei fazendo o meu “feijão com arroz”, de acordo com meus princípios éticos e morais. Quem não caminhar dessa forma, independentemente do partido no qual esteja filiado, que responda pelos seus atos. Eu respondo pelos meus.
Termino com uma frase muito famosa de Bertolt Brecht (1898-1956), um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Ela retrata com muita clareza a nossa realidade e o que amargamos na atualidade por conta de nossa desunião, ignorância e descaso.
Texto muito bem redigido e oportuno em um momento tão carente de políticos competentes e honrados. Acredito em você.
Muito obrigado, caro Edinaldo.